Salve, salve!!! Salve-se quem puder.
“O teu futuro, duvidoso... eu vejo grana, eu vejo dor...”, já dizia o poeta Cazuza.
Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, mudanças climáticas, guerras, inteligência artificial, burrice natural, bitcoin, extremismos, fica difícil enxergar uma luz no fim do túnel.
Essa playlist te ajuda a sair do buraco. O selo Future House Music é uma grata surpresa. Das 409 músicas conheço zero artistas! Alguém aqui já ouviu falar de SMACK, AKER, Sevek, OVSKY (eles gostam de escrever em maiúsculas), WATEVA e Oomloud?!
House music não é aquele pancadão techno e trance, mas tá longe de ser uma dance music inofensiva. Tem muito valor, confere aí:
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Comecei a escrever crônicas todas às quartas, mas só para assinantes por módicos 10 reais mensais. Falhei miseravelmente nas últimas três semanas por causa de dois cursos online sendo finalizados entre outros compromissos. Peço desculpas aos meus sete leitores. Serão causos do cotidiano e coisas da Vida em textos curtos, rápidos e rasteiros para serem lidos enquanto você bebe um café em casa ou na pausa do trabalho. Obrigado pela leitura.
Copo meio cheio ou meio vazio?
O mundo está melhorando, quer você queira ou não
Quem assistir o vídeo abaixo do sueco Hans Rosling mostrando a evolução de 200 países em 200 anos condensada em 4 minutos terá motivos de sobra para acreditar no futuro da Humanidade. A melhoria na qualidade de vida em todas as nações é um fato inegável.
Mas notícia boa não vende jornal. Por isso a mídia, que hoje é muito mais do que jornal e revista, produtos cada vez mais ultrapassados, vende tragédia, desgraça e o apocalipse.
Logo vai faltar tomada, água e comida, lugar com clima agradável pra viver e a Inteligência Artificial jogará a pá de cal exterminando 95% dos empregos existentes e criará uma massa de zumbis desempregados vagando por um planeta desértico. Mad Max + Last of Us virando realidade.
Como iremos educar nossos filhos para o “futuro”? Seus professores serão Bard, Gemini e Chat GPT? Estaremos trabalhando na mesma área, empresa e lugar daqui 5 anos? Teremos saúde para estar trabalhando ou somente os jovens até 30 anos terão empregos? Os alimentos ultraprocessados derreterão nosso fígado e comerão nosso cerebelo por dentro ou a medicina moderna trará soluções? Receberemos nanochips permitindo um controle e coleta de dados nunca antes visto ou isso é apenas ficção?
Fonte: www.wearecognitive.com/blog/the-future-of-humanity
Atualmente não consigo programar as próximas férias com três meses de antecedência. Mas os Arautos do Apocalipse já sabem qual será a temperatura do planeta em 2050!!!
É óbvio que a questão climática precisa ser atacada e solucionada com urgência, mas de forma inteligente, não desesperada e alarmista. Hoje é impossível desligar todas as termelétricas a gás e carvão virando a chave automaticamente para usinas eólicas, solares, hidro, biomassa, nucleares e geotérmica. Não haverá um único país funcionando se hoje desligarem todos os poços de exploração de petróleo e outros combustíveis fósseis.
Isso é assunto para uma edição específica. Me aguardem!
O que nunca mudará?
O medo da morte, a finitude da Vida, o amor e o ódio entre os povos, o ciclo de renovação das próximas gerações com nossos filhos, cuidar da saúde, comer, beber, dormir, se divertir, viajar, amar, ter amigos, fazer sexo, brigar, reconciliar, vencer e perder, cair e se levantar, viver e morrer.
Muito disso mudará, mas pra pior. A saúde física e mental é cada vez mais importante, bem como a prevenção de doenças. Isso será privilégio dos mais abastados. Sexo virtual é uma realidade. Adultos estão cada vez mais sozinhos e com menos amigos próximos. Falta alguém pra dividir um problema ou situação complicada, ou simplesmente celebrar um emprego novo, promoção ou o gol do filho na final do torneio de futebol do colégio.
Pra variar, estamos em guerra. Ucrânia x Rússia numa guerra fratricida sem fim ou objetivos claros bancada pelo mundo ocidental. Israel x Hamas é o Holocausto moderno, indefensável e incompreensível. Ambas ainda vão piorar antes de melhorar e, quem sabe, acabar.
Palestinos andando sobre destroços (AFP/Mahmud Hams)
Nos resta conviver com nossas famílias da melhor maneira possível. Comer, beber, se divertir, ouvir música, ler livros, ver filmes e séries, e viajar com quem importa. Fazer amigos é sempre bom, independente da sua idade e momento de Vida. Sexo é um remédio grátis e ao alcance da maioria, apesar da solidão crônica da modernidade.
Vamos continuar brigando, nos reconciliando, vencendo e perdendo, comendo, bebendo e vomitando, caindo e levantando, vivendo e morrendo.
O que não podemos é perder a esperança por um mundo melhor. Sem ela, o futuro já acabou.
Blade Runner – Ridley Scott (1982)
A finitude da Vida
Eu poderia escrever sobre 2001, uma Odisséia no Espaco, mas nunca consegui terminar de assistir. Tentei recomeçar faz algumas semanas e larguei de novo. É um clássico, é do Kubrick, mas é chato demais!
Ridley Scott entregou uma história futurista importante demais para não ser indicada. Deckard (Harrison Ford), um blade runner, o caçador de andróides, precisa rastrear e exterminar quatro replicantes que sequestraram uma nave no espaço e retornaram à Terra em busca de seu criador. Os replicantes tem apenas quatro anos de Vida e, assim como os humanos, temem a morte.
Estamos em 2019 na Los Angeles futurista cheia de carros voadores, prédios enormes, muitos painéis em neon e uma noite eterna, onde pessoas se amontoam em ruas que mais se parecem com Tóquio do que com a metrópole californiana. Referências a “Metropolis”, clássico de Fritz Lang, estão por toda parte. O figurino de detetive de filme noir na figura de Ford também.
A inteligência artificial aparece através da Tyrell Corporation dando Vida, morte e sentimentos aos andróides. A sociedade vigilante estilo Big Brother está lá também, assim como a degradação das condições de Vida na Terra. Mais atual, impossível.
Rutger Hauer está perfeito. Nas cenas finais sua reflexão sobre a finitude da Vida é dos momentos mais belos do cinema:
“Eu vi coisas que vocês nunca acreditariam. Naves de ataques em chamas perto da borda de Orion. Vi a luz do farol cintilar no escuro, na Comporta Tannhauser. Todos esses momentos se perderão no tempo como lágrimas na chuva. É hora de morrer”.
Leia mais detalhes nessa crítica do Robinson Alves, do Cinema com Rapadura.
Faca de Água – Paolo Bacigalupi (2016)
Guerras ambientais
Homo Deus do Yuval Noah Harari seria o mais indicado aqui, afinal versa sobre o futuro do Homo Sapiens, Inteligência Artificial e como será o mundo e as sociedades daqui algumas décadas.
Outro interessante a ser indicado seria o “Machine, Platform, Crowd”, de Andrew McAfee e Erik Brynjolfsson. O livro mostra como devemos repensar a integração de mentes e máquinas (Machine), de produtos e plataformas (Platform), e do núcleo e da multidão (Crowd). Minha mulher não só leu como fez o curso online do MIT baseado no livro. Já dizia o Silvio Santos “eu ainda não li, mas minha esposa leu”.
Neste futuro Mad Max se desenhando com cada vez mais força e evidência, o livro do Bacigalupi é bem mais apropriado. Consegue levar os otimistas de plantão ao desespero.
Num futuro distópico, árido e tumultuado, a busca por água, a commodity mais valiosa do momento, e o direito de extraí-la de rios e fontes é motivo de disputas e guerras.
Um “faca de água” trata-se de um mercenário cuja missão é cortar e desviar o fornecimento do valioso líquido a mando de quem paga mais. Estes pagantes são os próprios mercenários e militares que subjugam proprietários de terra, sabotam estações de tratamento e interrompem o abastecimento de água em regiões inteiras.
Uma ficção futurista, mas nada improvável. Ainda acredito que veremos disputas, crises migratórias e guerras causadas por problemas ambientais. As fontes de água do planeta estarão no cerne dessas questões.
Como fará o Brasil pra se defender? Vamos alugar a Amazônia com o Pantanal de brinde?
Rolê aleatório
O que mais aconteceu por aí?
Ø COP28: veremos o fim dos combustíveis fósseis?
Ø OpenAI: sem inteligência real a artificial vai flopar
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