Salve, salve!!! Salve-se quem puder.
“Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado.”, já dizia papai Orwell.
Temos a tendência de achar que antigamente tudo era melhor, que “éramos felizes e não sabíamos”. Será mesmo?
A playlist “As melhores do passado” vai te arremessar pra uma pista de dança nos anos 90. A maioria das músicas é de artistas de uma nota só. La Bouche, Haddaway, Playahitty, Alphaville, SNAP!, Erasure, tá todo mundo lá.
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No passado era melhor?
Sempre será
Lagoa Santa antigamente…
No passado a gente andava sem cinto de segurança no banco da frente, no de trás, e até no bagageiro, vulgo chiqueirinho, dos carros sem o menor problema.
Nos finais de semana, me lembro de ir pra Lagoa Santa em camadas. Meu pai ao volante, eu e meu avô e xará Pedro no banco ao lado com a Tiany, cachorra vira-lata de estirpe (dálmata + akita), nos nossos pés. No banco traseiro da Belina cor de vinho tinto, depois papai teve outra cor champagne metálica, iam minha mãe, minha irmã e minha prima Ana Laura. Em cima delas, nos colos macios e confortáveis, iam meus três irmãos. Nove pessoas e um canis familiaris felizes e contentes pela estrada afora. Todos sem cinto de segurança.
Serelepes e irresponsáveis ouvindo cassetes da Elba Ramalho, Alceu Valença, Secos & Molhados e do Rei Roberto no trajeto entre BH e o balneário no vetor norte próximo ao aeroporto de Confins. Era melhor? Era, sem dúvida alguma. Até a estrada era pior, mas e daí?
No passado não tinha YouTube, Netflix nem Spotify. Saber quem cantava aquela música era um parto. Não tinha Shazam também. Alguns privilegiados DJs dominavam aquelas moscas brancas que ninguém sabia quem era, aqueles sons únicos e eletrizantes incendiavam as pistas de dança e os bailes.
Ver um filme bom, só se fosse programado pela TV Globo, Manchete, SBT, Bandeirantes ou Cultura. Não tinha TV a cabo não, neném. Isso veio bem depois. Era TV Colosso na hora do almoço, show da Xuxa à tarde, Patrulha Estelar e Pirata do Espaço na Manchete à tardinha ao chegar da escola e pronto. Jornal Nacional e novela para os adultos e morreu maria.
A TV trocava os canais ao apertar manualmente os botões. Controle remoto? Hahahaha. Quando a imagem estava boa e sem chuvisco era ótimo. Um bombril na antena sempre ajudava. Futebol brasileiro era o que passava nas TVs oficiais, nada de Premiere, La Liga, Champions e o escambau. Tela Quente, lembra? Era o ponto alto da semana com filmes de gosto duvidoso.
As locadoras eram a salvação da lavoura. Alugar um filme após bater papo com o funcionário local ou pegar uma dica quente na SET ou em outra revista de cinema era bom demais. Aquelas bolsinhas de couro do Vídeo Clube do Brasil com fitas VHS, que se não fossem devolvidas devidamente rebobinadas resultavam em multa, levavam a Sétima Arte para todas as casas.
Nas músicas, quantas vezes fiz fitas gravadas da rádio? O desafio era tirar a fala do maldito locutor, no início e principalmente no final de cada faixa. Montar uma fita gravada em K7 com músicas de vários LPs e depois CDs também era uma arte única e prazerosa.
Hoje em dia, se você ouve uma música que gosta no rádio, pra que ainda escuta essa invenção do século passado, basta acionar o Shazam e descobrir qual é. Entra no Spotify e numa fração de segundos está ouvindo o álbum todo do Tinariwen, banda africana desconhecida pra você, não pra mim, até então.
É melhor agora, com tanta tecnologia e facilidade? É sim, sem dúvidas. Mas pouca gente ouve os discos de cabo a rabo como antes e milhões de músicas nos streaming da Vida tem sequer um único play.
Hoje é mais conveniente e fácil, mas no passado era mais difícil, e justamente por isso, mais valorizado e melhor.
Nossas memórias afetivas nos enganam trazendo nossa mente, percepções e opiniões a um passado idílico e perfeito.
Origem nebulosa do ser humano
“Durante anos, a hipótese mais aceita era de que o Homo sapiens teria surgido há pelo menos 300 mil anos a partir de uma única população ancestral no leste ou no sul da África”, é o que nos conta este artigo da BBC em português.
Reconstrução baseada em fósseis de Homo Sapiens com 300 mil anos
Mas, gracas a um poderoso modelo de computador e análise genética de dados, uma nova teoria diz que nós humanos descendemos de vários grupos ancestrais espalhados em vários pontos do continente africano. E não apenas de um só.
Não se sabe com precisão onde viviam estes grupos, apenas que estavam isolados o bastante para se desenvolverem de forma independente. Infelizmente faltam fósseis em quantidades suficientes para comprovar essa teoria.
Fato é que nossas origens mais se parecem ramos de trepadeiras entrelaçadas e não uma única raiz originando um tronco único que depois se ramifica em vários.
A ideia de que nós humanos derivamos de uma única população oriunda de uma única região da África vem perdendo força. A teoria das múltiplas origens ainda será objeto de várias pesquisas, agora com ajuda de tecnologias como Inteligência Artificial e poderosos computadores capazes de processar uma imensa base de dados.
Se nem nosso Passado é certo, imaginem nosso Futuro?!
Por isso, quanto mais Carpe Diem na sua Vida melhor.
Klute: o Passado condena – Alan J. Pakula (1971)
Alan J. Pakula não sabia fazer filme ruim
Jane Fonda estrela como garota de programa, o papel com que ganhou o seu primeiro Oscar, neste mistério de suspense e coragem.
John Klute é um detetive de uma cidadezinha do interior contratado para descobrir o paradeiro de um empresário e seu melhor amigo desaparecido há seis meses. Ele chega a Nova York para investigar o caso e a única pista que possui são cartas de teor pornográfico enviadas a Bree Daniels, uma prostituta.
Bree já trabalhou para Frank Ligourin (Roy Scheider), mas atualmente faz programas apenas por indicação. Ela foge do detetive, mas, chantageada, acaba aceitando guiá-lo pelo submundo da prostituição. O baixo orçamento da produção, cerca de 2,5 milhões de dólares, fez com que a maioria das cenas fosse filmada à noite dando um clima soturno ao filme.
Armas, Germes e Aço – Jared Diamond (1998)
Os destinos das sociedades humanas
Poderia citar o óbvio “Sapiens” do Yuval Noah Harari, mas achei esse livro do Jared Diamond mais interessante e pertinente.
O autor ganhou o Prêmio Pulitzer de 1998 por causa dessa história inovadora e única da história humana. Narrando como o mundo moderno e suas desigualdades surgiram, Jared procura compreender as sociedades.
A obra tenta demonstrar através de uma interessante revisão da evolução dos povos, que o destino dos europeus, nativos americanos, africanos, asiáticos e australianos foi moldado mais por fatores geográficos e ambientais do que por questões étnicas ou devido à inteligência e/ou aptidão de cada um deles.
Nessa viagem de 13 mil anos de história pelos continentes o autor conclui que a dominação de uma população sobre outra tem fundamentos militares (armas), tecnológicos (aço) ou devido a epidemias e doenças (germes), que dizimaram sociedades de caçadores e coletores. O resultado disso foram as conquistas, a expansão dos domínios territoriais de certos povos resultando em grande poder político e econômico.
Sobre a desigualdade no mundo o autor pergunta: por que a riqueza e o poder foram distribuídos dessa forma e não de qualquer outra? Por que o desenvolvimento humano avançou em ritmos desiguais nos diferentes continentes?
Rolê aleatório
O que mais aconteceu por aí?
Ø Como a Lego cria um novo Lego set
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