Salve, salve!!! Salve-se quem puder.
É hoje o dia da alegria!!! E a tristeza, nem pode pensar em chegar!!!
Cinquenta anos hoje. Cheguei na metade da minha Vida com saúde, uma família maravilhosa e amigos de fé e irmãos camaradas. Precisa mais?
Ao som do melhor rock do ano 1974, vamos de Bowie, Stones, Zappa, Lennon, Steely Dan, Clapton, Supertramp e muito mais. Clássico é clássico e vice-versa:
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Comecei a escrever crônicas todas às quartas, mas só para assinantes por módicos 10 reais mensais. Serão causos do cotidiano e coisas da Vida em textos curtos, rápidos e rasteiros para serem lidos enquanto você bebe um café em casa ou na pausa do trabalho. Obrigado pela leitura.
Nascido em 1974
Melhor agora do que há dez anos
Na véspera do meu nascimento, dia 28 de janeiro de 1974, no Madison Square Garden em Nova York, o então Cassius Clay e futuro Muhammad Ali, a maior lenda do boxe mundial, derrotara Joe Frazier na chamada revanche do século.
Reza a lenda que ao ouvir o burburinho da locução na TV junto com a empolgação do meu pai e do meu avô acompanhando a transmissão numa Philco de 14 polegadas colorida, comecei a dar jabs na imensa barriga de Janemamãe.
Num gancho potente de esquerda a bolsa não aguentou e o líquido amniótico escorreu feito água de Sete Quedas pelas pernas dela inundando a pequena sala de estar daquele apartamento na rua Santa Rita Durão.
Fui nascer no dia seguinte, o 29, lá pelas 8:35h da manhã. Nunca se sabia ao certo o horário de nascimento dos nascidos “antigamente”, pois não haviam máquinas de tirar retrato digitais registrando e divulgando o momento instantaneamente. Sou aquariano e isso não há como negar.
Desses 50 anos muito bem vividos, alguns merecem destaque.
O ano de 1980 quando me mudei do maternal, hoje o pomposo Kindergarten, que ocupava um lote acanhado na rua da Bahia, para o Colégio Loyola que preenchia praticamente um quarteirão inteiro e tinha até um campo de futebol oficial de areia com terra, o icônico e temido Campão. Me lembro com nitidez irritante de brincar com carrinhos de metal num areal enquanto olhava praquele mundaréu de espaço a perder de vista. Eu achava que ia sumir ali dentro naquele Saara urbano e nunca mais voltaria pra casa.
Em 1982, a primeira decepção no futebol, na verdade a segunda, com a derrota da Seleção do Telê para a Itália de Paolo Rossi, Zoff e Altobelli na tragédia do Sarriá em Barcelona. Após o jogo fiquei andando no jardim sem rumo, chorando e querendo que a partida não tivesse terminado.
Então com 15 anos em 1989, meu avô Pedro com 89 anos vai para o hospital após crise de diverticulite e morre 18 dias depois. Uma tristeza devastadora pois ele era meu companheiro de quarto e de viagens para Joaima no Vale do Jequitinhonha. Foi durante muito tempo meu verdadeiro pai já que o Guidão viajava bastante e não parava em casa durante a semana. Vovô Pedro, o Dom Pedrito nos deixou faltando 3 meses para completar 90.
Avança pra 1992 quando tiro carteira e logo no primeiro final de semana com o carro do Guidão, uma Parati vinho metálica 1.8 que andava mais do que Ferrari F40, emendo uma Saveiro de um pobre coitado num cruzamento movimentado da Savassi, em frente ao Bombolinho. Vários colegas que passavam por acaso ali paravam pra ver se tava tudo bem, afinal BH é um ovo.
Estamos em 2003 quando chego na Europa pela primeira vez, na cidade que queria, Berlim. Vejo o Portão de Brandenburgo na minha frente e a História com H maiúsculo diante de mim. Impossível esquecer.
Em 2005, já em Viena, arquiteto um plano infalível mil vezes melhor do que os do Cebolinha e consigo atrair e conquistar a menina que mais quis na Vida. Após 19 dias juntos ela volta para o Brasil, no mês seguinte me pede em casamento via Messenger (obrigado Bill!), e nos casamos em dezembro do mesmo ano, exatos cinco meses após o primeiro beijo. Aqui estamos, firmes e fortes, após 18 anos casados. Não tente fazer isso em casa!
Em 2010 tive a sorte e o privilégio de ir quatro vezes ao Brasil a trabalho, justo no ano da morte do meu pai Guidão. Passamos o último aniversário e dia dos pais juntos e quando ele se foi, eu estava nos pés e meu irmão Daniel na cabeça numa morte encenada pelo teatro da Vida. O enterro foi uma das coisas mais belas que já vivi. Escrevi umas linhas sobre isso.
Em 2013, após campanha sensacional na Libertadores, o meu Galo chega nas finais pela primeira vez com Ronaldinho Gaúcho e cia.. No jogo de ida no Paraguai, perdemos por 2x0 do Olympia com direito a gol nos instantes finais. Eu já estava com a passagem comprada para o final de semana. Viajaria a BH pra ver aquele acontecimento único. Minha confiança era tão grande que tinha certeza absoluta no título. Dito e feito, sofrido como sempre, levantamos a tão sonhada Copa Libertadores conquistando a glória eterna.
Após 9 anos curtindo a Vida adoidado como “solteiros”, ou seja, um casal sem filhos, se é que você me entende, após viver em Düsseldorf e viajar bastante, em 2014 nasce o Gabriel. Um gentleman de cabelos encaracolados como um anjinho, cuidadoso com os outros, solidário, músico de ouvido, de escutar uma música no carro, chegar em casa, sentar-se no piano e achar as notas da canção. Um menino de ouro, inteligente, feliz, esperto, educado, e apaixonado por mim. Torcedor do Galo, claro. Antes dele nascer corri a maratona da cidade em menos de cinco horas e posso provar.
Corta pra 2017. Após todos os perrengues, noites mal dormidas, malabarismos nas carreiras, mudança de cidade, trabalho, estilo de Vida e horários, nasce o Rafael. Um espoleta, picareta, sensível, esperto, inteligente e engraçado. Tão cara de pau que aos três anos fazia hora com a cara do irmão três anos mais velho e de seu amigo quando percebia que não era mais aceito por eles.
Ano passado, no dia 16 de marco de 2023, tive o privilégio de estar presente nos 80 anos de Janemamãe. Lépida e fagueira, antenada com tudo, leitora voraz e cinéfila de carteirinha, mantém um círculo invejável de amigos e amigas desde a época da Fundação João Pinheiro. Trabalha até hoje com planejamento urbano e meio ambiente, pois se formou em Geografia com mestrado em Bordeaux nos anos 1960. Essa é Janemamae, um exemplo a ser seguido por todos.
Toca pra 2024 e minha esposa organiza uma festa de 50 anos perfeita num domingo de sol sem nuvens com grandes amigos e alguns irmãos que a Vida me deu. Juliette, meu eterno obrigado! Com meus filhos vestindo camisas do Athletic Bilbao, gracas ao meu novo trabalho, comemoramos bastante a Vida, a saúde e nossos relacionamentos.
E o melhor ainda está por vir!
O Poderoso Chefão Parte II – Francis Ford Coppola (1974)
Preciso conhecer Corleone na Sicília
O ano de 1974 é particularmente notável porque marca o início de muitos cineastas brilhantes e promissores que continuam a ter impacto na indústria ainda hoje e o nascimento de muitos filmes que ficarão na história como marcos do cinema.
Foi o ano do primeiro filme do Wim Wenders, Alice in the Cities. Temos também “O Fantasma da Liberdade” do doido varrido Luis Bunuel.
“Chinatown” de Roman Polanski com um Jack Nicholson já famoso, mas ainda jovem e brilhante. Como Jake Gittes ele nos presenteia com uma de suas melhores atuações, mostrando um charme da velha guarda do Cinema que nenhum de seus contemporâneos consegue igualar.
Mas, a segunda parte da trilogia do Poderoso Chefão não poderia deixar de ser o filme escolhido.
A história da ascensão de Michael Corleone (Al Pacino) à fama como capo da máfia na década de 1950, com a infância de Vito Corleone (Robert De Niro) na cidade de Nova York na década de 1920 são imbatíveis. Pra mim é o melhor da trilogia e o ápice dos filmes de mafiosos. Ninguém chegou perto.
Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas – Robert M. Pirsig (1974)
A Arte da Vida sobre rodas
Se você quer aprender como consertar sua moto, não compre esse livro!
Robert M. Pirsig faz um exame de como vivemos, uma meditação sobre como viver melhor em torno da narração de uma viagem de motocicleta durante o verão pelo noroeste dos Estados Unidos, realizada por um pai e seu filho.
O livro acabou se tornando uma epopéia moderna que mudou a mentalidade de toda uma geração e serve ainda hoje de inspiração a milhões de pessoas.
Tenho o original em inglês e comecei a ler, mas larguei no início. Preciso comprar uma moto pra continuar a leitura.
Rolê aleatório
O que mais aconteceu por aí?
Ø Será que o Chat GPT poderia te treinar para a Maratona de Boston?
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