Vi apenas duas almas de outra cor durante uma semana nas montanhas.
Um era jovem, estava com a turma, portava uma prancha longa e cheia de adesivos. Parecia feliz, enturmado, aceito e amado. Foram apenas 30 segundos de análise enviesada e julgamento raso desta mente humana que não para de julgar e comparar. É nosso instinto.
A outra era uma moça, alta, imponente, toda paramentada, andando decidida rumo à próxima subida e incontornável descida. Estava sozinha, mas imagino que alguém esperava por ela. Logo ali embaixo ou lá nas grimpas, no alto dos 2.275 metros daquele bloco maciço e impressionante de pedras, árvores, terra, muita terra, poucos animais além dos humanos e neve, menos neve do que de costume.
Apenas dois negros, ou pretos, termo que considero mais ofensivo e pejorativo que o primeiro, mas se tornou a maneira oficial em referência aos afro descendentes. Além da neve claramente branca, haviam hordas de todas as nações desfrutando do ar puro, do chocolate quente, da cerva gelada ou nem tanto num ambiente a 10°C. Polacos, ingleses, americanos, belgas, um mundaréu deles, como se Bruxelas tivesse sido evacuada, o chocolate banido e eles ali se exilaram. Italianos também, claro. Um ou outro austríaco e vários tedescos.
Foto: Brunico, Alto Adige (arquivo pessoal)
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