Salve, salve!!! Salve-se quem puder…
Hoje vamos refletir sobre essa insana corrida espacial que teve rounds interessantes nessa semana que passou.
Tempo médio de leitura: 12 minutos.
Corrida Espacial
Os três bilionários patetas e seus sonhos malucos
Source: NY Post composite
Na última terça feira Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo e dono da Amazon, foi ao espaço. Acompanhado de seu irmão, Mark Bezos, da pioneira espacial de 82 anos Wally Funk e do jovem holandês de 18 Oliver Daemen, o ricaço realizou um sonho através de sua Blue Horizon fundada no ano 2000. Um único assento nesse voo custou a bagatela de USD 28 milhões.
Antes dele, no último dia 11 de Julho o também bilionário Richard Branson, dono do conglomerado Virgin que inclui a Virgin Galactic, ultrapassou a linha de 53,5 milhas (aprox. 86 km) de altitude, quando termina a estratosfera e começa o espaço sideral, caracterizando assim, teoricamente, um vôo espacial.
E temos também outro bilionário, Elon Musk, dono da Tesla, SpaceX e várias outras empresas que muito em breve fará seu primeiro voo. Os foguetes Falcon 9 já propulsionam as naves Dragon até a órbita terrestre fazendo o frete entre o nosso planeta e a Estação Espacial Internacional com frequência parecida aos dos ônibus leito da Gontijo na rota Belo Horizonte – Jequitinhonha.
Mas por que esses sujeitos estão obcecados em voar para o espaço? O homem já pisou na Lua há 52 anos, não está de bom tamanho? Qual é o propósito disso tudo? Quais são os objetivos de cada um?
A SpaceX foi fundada em 2002 por Elon Musk com o objetivo de reduzir os custos de transporte espacial para permitir a colonização de Marte. A empresa fabrica seus próprios foguetes reaproveitáveis como o Falcon 9 e Falcon Heavy, a nave Dragon, espaçonaves com tripulantes e além da criação da rede de satélites de comunicação Starlink.
Tudo bem, o cara não sabe mais o que fazer com dinheiro, mas querer colonizar Marte é demais. Como farão isso? Uma cidade para 10 mil habitantes numa redoma? Quem serão os “felizardos”? Vai ter padaria e boteco na esquina? Terá grama? Pode jogar bola? E fazer churrasco? Esses caras irão ao cinema, bar, restaurante, sair pra dançar ou vão viver numa cápsula estilo Michael Jackson imersos num líquido criogênico se comunicando apenas através de seus sonhos com um computador controlado por Inteligência Artificial? Tem que levar remédio pra matar muriçoca?
Nosso glorioso Sir Richard Branson, já famoso por outras aventuras radicais, disse que realizou um sonho de infância. Esteve no espaço por menos de dois minutos. Sentiu a ausência de gravidade, flutuou dentro da nave, soltou uma frase de efeito e voltou pro assento.
Afirmo isso pois o limite do espaço internacionalmente reconhecido é como tendo 62 milhas (100 km) de altitude, conhecido como a linha Kármán, mas os Estados Unidos usam 50 milhas (80 km) como ponto de corte. O voo da Virgin Galactic atingiu 282.773 pés (cerca de 53,5 milhas ou 86 km). Ou seja, dependendo do juiz esse voo espacial seria anulado pelo VAR.
A missão da Virgin Galactic é “Usar o Espaço para sempre ao mesmo tempo em que oferecemos uma experiência incomparável ao cliente. Acreditamos que podemos ajudar a inspirar as gerações futuras e tornar possível ver nosso lindo planeta natal de uma nova perspectiva.”
Os caras querem criar um turismo espacial ao custo de milhões de dólares por passageiro apenas pra ver que a Terra é mesmo redonda e azul e que na ausência de gravidade você não consegue beber cerveja. Não tem torresmo na Lua!!! Em Marte muito menos.
Já a missão da Blue Origin do Bezos é “A fim de preservar a Terra, a Blue Origin acredita que a humanidade precisará se expandir, explorar, encontrar novas energias e recursos materiais e mover as indústrias que estressam a Terra para o espaço.” Pelo menos ele está pensando um pouquinho no Planeta.
No fundo esses caras querem mesmo é aparecer e ganhar mais dinheiro ainda do que já tem. Essa Corrida Maluca estilo Hanna-Barbera com três marmanjos disputando quem tem o piru maior só consome recursos vitais que deveriam ser revertidos pra tentar salvar o que ainda temos na Terra.
Enquanto isso, outro famoso bilionário vem fazendo exatamente isso.
Esquisitice Espacial
Bowie, sempre ele
Essa é a tradução literal pra música Space Oddity de David Bowie lançada em 1969. Nada mais apropriado para o momento.
A história dessa música é a seguinte: Bowie escreveu a letra após assistir o filme “2001: Uma Odisséia no Espaço” ou “A Space Odyssey” de Stanley Kubrick feito em 1968. "Space Oddity" é um trocadilho com a frase "Space Odyssey", embora o título não apareça na letra. A música conta a história do Major Tom, um astronauta fictício que corta a comunicação com a Terra e sai flutuando pelo Espaço como se fosse uma sonda Voyager humana que até hoje está vagando por aí.
Eu poderia ter citado Starman do próprio Bowie ou Rocketman do Elton John, mas esse título é perfeito para a ocasião.
Inside Bill’s Brain
Investindo tempo e dinheiro onde realmente precisamos: o planeta Terra
A dica de filme da semana é esse documentário do Netflix sobre Bill Gates, o bilionário fundador da Microsoft. Assista “Inside Bill’s Brain: Decoding Bill Gates”, ou “Por dentro da mente de Bill: decodificando Bill Gates” pra ver onde ele está investindo recursos de sua Fundação Bill e Melinda Gates visando a melhoria da vida de quem habita o planeta.
São quatro episódios apenas. No primeiro, Bill chama um time de cientistas para tentar desenvolver um banheiro que não necessite de água. O uso é óbvio: na África. Em outro ele conta com a ajuda da tecnologia para tentar erradicar a pólio. Onde mais? Na África.
E também investe os tubos na criação de uma nova tecnologia de geração de energia nuclear, revolucionária, mais barata e que resolve o problema do descarte de material radioativo. Aqui uma análise interessante da mini série.
Salvar o que temos me parece bem mais inteligente do que tentar colonizar Marte, fazer turismo espacial ou mover a exploração do planeta para outros confins do Universo.
Terra de Gigantes
Estamos todos à mercê deles, e achando lindo…
As Big Techs estão virando o mundo do avesso já faz algum tempo. Mas como? E a qual custo? Nesta série especial em quatro partes, o jornalista Jason Del Rey e seus colegas analisam algumas das principais empresas de tecnologia e o impacto em nossas vidas no podcast Land of Giants.
A primeira parte fala sobre a Amazon e seu início, o modelo de negócios, as famosas 5 estrelas para os clientes avaliarem produtos, armazenamento em nuvem (AWS, Amazon Web Service) e todo o rastro de destruição deixado pela empresa nos pequenos e médios negócios.
A segunda é sobre o ou a Netflix. A concorrência com a Blockbuster e como a empresa de Reed Hastings fez para se tornar o que é hoje. Mas a concorrência vem aumentando brutalmente nos últimos meses com Disney+, Apple TV, Amazon Prime e agora HBO Max. Briga de cachorro grande.
O império do Google é dissecado em seguida, a guerra do Chrome e Android e sua onipresença e poder quase infinito. Chega a ser assustador.
A quarta e por enquanto última parte é sobre a revolução da entrega de comida. Durante a pandemia o aumento de aplicativos de entrega terceirizados apoiados por investidores mudou drasticamente o comportamento do consumidor, ajudou a criar uma força de trabalho moderna, arrasou pequenos negócios e praticamente mudou nossa relação com a comida para sempre. Pelo menos nos EUA.
A série vai longe pois ainda faltam Apple e Facebook, e por que não, a Microsoft.
O menos pateta dos três
Elon Musk é um gênio, para o bem e para o mal
Li a biografia dele ano passado, escrita por Ashlee Vance
A resenha completa está aqui.
Segue uma parte:
“Trabalhar para Elon Musk deve ser o paraíso. Fazer parte de uma de suas três empresas, Space X, Tesla ou Solarcity, sabendo que está revolucionando essas indústrias é um orgulho enorme. Ser levado ao limite, físico e mental, entregando o máximo possível para ajudar o gênio sulafricano a cumprir suas promessas e realizar seus sonhos. É assim que Musk faz, extrai até a última gota de suor, e mesmo sangue, de seus comandados. Mas deve ser um inferno também, já que seus empregados não têm vida pessoal, apenas trabalham loucamente. O próprio Musk diz trabalhar 17 horas por dia, incluindo finais de semana.”
Além de tudo isso, Elon resolveu influenciar o mercado de criptomoedas esse ano fazendo subir e depois descer a cotação do Bitcoin. A rede de satélites ao redor da Terra chamada Starlink era apenas uma ideia maluca nesse livro. Hoje já é realidade.
Tenho um amigo que acha ele um fanfarrão, um Eike Batista sul-africano. Respeito, mas discordo radicalmente.
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sd
Alea jacta est #5 - Corrida Maluca
guilherme brant, vulgo canário:
"Mto bom Pedrinho, virei fã.
kalilzão:
"Muito bom Pedro! Para comentario somente, um relato que houvi diretamente de conhecidos meus daqui , brasileiros que trabalham na fabrica em Nevada da TSLA, e bem mais um pesadelo. No fim, it’s all about money, senao nao estariam la…"